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O Máscara de Ferro - A última aventura dos Inseparáveis

Título: O Máscara de Ferro

Autor: Alexandre Dumas

Editora: Panda Books

Classificação indicativa: Livre

Gênero: romance histórico

"Se a juventude tem suas desconfianças, cóleras e paixões,

a velhice tem seus ódios, precauções e temores."

Finalmente o último livro da saga de "Os 3 Mosqueteiros" traduzido para o português!!! E claro, eu não poderia perder essa leitura (na verdade, releitura, já que esta é a tradução de "Le Viconte de Bragelonne", que já lera em francês) dos meus personagens favoritos!!! E aqui os reencontramos já com seus 60 anos, em realidades diferentes que desafiam sua amizade.

Athos enfrenta depressão de seu filho Raoul, que encontra-se com o coração partido após sua noiva Louise de la Vallière, o trair para ser a amante do rei Luís XIV. Esse ocorrido deixa o jovem rapaz instável quanto às suas decisões e emoções, e o pai também se sente traído pelo monarca após tantos anos de serviço como Mosqueteiro. Logo, ele representa o coração machucado do grupo.

Porthos, velho e se sentindo gordo, está mais do que bem estabilizado em sua vida financeira: com 50 propriedades, 3 lagos, 3 moinhos e um guarda-roupas lotado, o mais bonachão dos amigos quer elevar seu status dentro da nobreza em meio a uma nova aventura. Sem dúvida, ele representa o desejo e a ganância.


Aramis, o padre, se torna ainda mais complexo e estrategista do que nunca, ao bolar uma substituição monárquica no que ele justifica por um bem maior da França, entretanto, mais ressoa do decorrer da história com o egocentrismo em poder alcançar uma posição de destaque, a mesma ocupada anteriormente por Richelieu e Mazarin - dois eclesiásticos, ministros, conselheiros e homens de espada. Apesar de confundir também com o desejo, Aramis é sem dúvida o cérebro do grupo, a razão acima de tudo.


D’Artagnan, agora capitão dos Mosqueteiros do rei Luís XIV, se mostra em uma trama complicada: ao mesmo tempo que respeita seu rei, também não consegue virar as costas contra seus amigos após estes se levantarem contra o monarca, e seu dever é de protege-lo antes dos antigos inseparáveis. Com sinceridade, e seu jeito corajoso e impetuoso de ser, D’Artagnan continua sendo a lealdade do grupo, e lutando entre escolhas para driblar as leis e decisões de um rei difícil para manter seus amigos vivos.


Outro personagem que não posso deixar de mencionar é o jovem rei Luís XIV, que aparecera como uma criança sob ameaça em “Vinte Anos Depois”, e retorna em seu esplendor como Rei Sol da França, ainda em Tulherias. D’Artagnan tenta ser mais esperto que o rei, mas em certo ponto, mesmo sua experiência é obrigado a se render às jogadas de Luís, que começam a prever os passos defensivos de seu capitão, se mostrando ainda mais digno de sua posição, e impondo respeito de D’Artagnan além de sua idade.


E claro, não deixaria de lado o personagem que dá nome ao livro: o homem da máscara de ferro, o irmão gêmeo de Luís, Philipe, aprisionado na Bastilha por não poder ser uma ameaça ao reinado. E é justamente a peça fundamental do plano de Aramis para sua ascensão: com um rei posto por ele, que não seria uma traição aos céus, pois este também tem sangue real, assumiria a mais alta posição ao lado direito do rei.


Entretanto, diferente do que vemos no filme em que Leonardo Di Caprio atua, Aramis fracassa, e leva consigo Porthos, para uma fuga impossível da cólera de Luís XIV, e nem D’Artagnan conseguirá evitar o pior, por maior que seja seu esforço. O rei força uma posição no tabuleiro por parte de seu capitão, e ele não pode mais recuar. E assim, pelas mãos do mais reconhecido monarca francês, a época dos homens de espada se encerra, quando cada um dos quatro encontra um destino final, que não revelarei, e deixarei para os leitores apreciarem, pois aconselho que o façam.


É o desfecho que Dumas entrega para os mais marcantes personagens que criou, com algo mais profundo sobre o que aprender com cada um.


Sobre a edição da Panda Books, ela é perfeita: capa dura, papel pólen, pôster, marcador de páginas... tudo o que amamos. E mais: os comentários da Fátima Mesquita são geniais, trazendo vocabulários para o português atual, e nos colocando mais ainda dentro da história, além de nos divertir um pouco com as notas (coisa que nunca vi conseguirem a não ser desta vez. Só posso agradecer!).


Embarquem nesta última aventura e descubram se “um por todos e todos por um” pode se sustentar quando um rei se coloca no meio de uma amizade antiga como de Athos, Porthos, Aramis e D’Artagnan.



E deixo também os links dos posts anteriores sobre essa saga maravilhosa:

https://www.arosaeoflorete.com/post/2020/01/03/personnalit%C3%A9s-12-alexandre-dumas-p%C3%A8re-des-grands-romans-historiques
https://www.arosaeoflorete.com/post/livre-ando-os-tr%C3%AAs-mosquetereiros-e-20-anos-depois
https://www.arosaeoflorete.com/post/2017/11/18/livreando-os-verdadeiros-3-mosqueteiros
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