Título: Fallen Angels
Autor: Bernard Cornwell e Judy Cornwell
Editora: Harper Collins
Classificação indicativa: Adulto
Gênero: Romance histórico
"There was a silence in Paris, not a absolute quiet, but a strange, almost reverent, hush in which a raised voice seemed out of place"
Estando disponível apenas em inglês no Brasil, a obra que é continuação da obra "Crowing Mercy", a escrita é feita não apenas pelo autor inglês Bernard Cornwell, um dos autores contemporâneos mais renomados quando os assuntos são Romance Histórico e cenas de batalha épicas, mas também por sua esposa, Judy Cornwell, sob o nome literário Susannah Kells, e traz uma história sobre a Revolução Francesa. Uma combinação interessante: autores ingleses falando sobre a França.
A narrativa se passa em 1792, e gira em torno do casamento de Campion Lazender, uma mulher que supervisionava os negócios de sua família (inglesa) em território francês, e se torna uma peça importante, contra a sua vontade, de uma manipulação sombria por detrás da revolução: os illuminatis, conhecidos como anjos caídos, dependem do casamento desta garota pertencente a uma família influente e rica, para levar o mesmo movimento de mudanças e anarquia para a Inglaterra, na tentativa de derrubar a coroa na ilha.
Entretanto, Campion não anseia pelo casamento arranjado, pois seu coração se apaixona pelo cigano francês Gitan, e acredita que apenas a diferença de classes sociais lhes separam do que sentem um pelo outro, e sequer imagina que algo mais forte e político é o verdadeiro motivo do enlace desagradável. Campion definha no decorrer da leitura, até que acaba sendo assassinada por ir contra ao matrimônio, e evitar a ação dos conspiradores. E seu irmão, Toby Lazender, deseja vingança, e vai no encalce dos assassinos.
Apesar da narrativa trazer excelentes citações que trazem informações históricas essenciais quando o assunto é Revolução Francesa, como a alusão à Guilhotina e sua criação, e a discussão se foi uma invenção francesa, a citação de guardas, e da instabilidade política no período revolucionário, não traz a mesma emoção tradicional do estilo de Bernard Cornwell.
Para se separar de um romance de época, que constantemente elogia os atributos intelectuais e físicos da mocinha, a trama de conspiração e suspense é muito bem amarrada, mas ainda assim, esse clichê existe. E o vilão não é grande surpresa nem grande coisa. O amor impossível pelo status social também é algo comum a ser explorado.
Porém o livro é uma obra diferenciada do autor e em parceria com sua esposa, que pode surpreender seus leitores, e permitir que estes conheçam uma outra versão da escrita de Cornwell, que explora tramas políticas, conspiração, traição, e romance, ao invés de campos de batalha medieval. Só por este motivo, já é o suficiente para desafiar os fãs a conhecerem melhor o autor.
A obra é uma mistura de fatos históricos com um romance com questões sociais, e ainda mais, por trazer o tabu da presença illuminati nas Revolução Francesa a Guerra Civil Americana. A história de Campion e Gitan também agrada ao público mais desejoso de um relacionamento romântico para sustentar a narrativa. Tudo é equilibrado e exige mais da mente do leitor do que o anseio por batalhas.
A partir do que é dito, afirma-se que este é um livro para os fãs de Cornwell, não pelos arqueiros medievais, mas curiosos pela era moderna trazida na Revolução Francesa. Quem arriscar ler histórias da Guilhotina, podem dizer se vale a pena!
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