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Alexandre Dumas, Père des grands romans historiques


(Alexandre Dumas é o autor favorito da escritora Mariana Pacheco, não só por ter criado o clássico "Os três Mosqueteiros", que lera quando tinha 14 anos e começou a se apaixonar pela história ao ponto de verificar cada adaptação, mas pelo seu talento em unir ficção e realidade.)

Monumento a Alexandre Dumas - Place du General Catroux, Paris, França

(Foto Mariana Pacheco)

Nascido em Villers-Cotterêts (atualmente região de Aisne) no dia 24 de julho de 1802, neto de um marquês e uma escrava negra, filho de um general famoso em sua época, a árvore genealógica de Alexandre Dumas Davy de la Pailleterie, e a superação de suas origens, do racismo pela cor de sua pele pela escrita, já era uma grande aventura histórica que renderia um bom livro.

Começou escrevendo dramas e comédias para o teatro, além de crônicas para o jornal. Porém sua juventude começou a ficar mais interessante quando se mudou para Paris como expedicionário do escritório nos escritórios do Duc de Orleans, em 1823. A partir dai, na capital, pôde presenciar de perto as mudanças na história de seu país, participando ativamente dos levantes de 1830. Nesse tempo, escreveu suas memórias e publicou pequenos romances. A carreira parecia boa, e nada faltava para Dumas e sua família, nem inspiração. Entretanto o ápice ainda estava por vir.

Seu grande marco foi a obra “O Conde de Monte Cristo”, considerado seu primeiro e grande sucesso, e a ideia brotou em uma viagem pela ilha existente na Toscana, que o inspirou para um cenário de um romance. Publicado inicialmente no formato de folhetim entre os anos de 1844 e 1845, o enredo traz uma crítica sagaz aos aristocratas burgueses franceses, a relação de vingança e o destino, o planejado e o inesperado, a conquista da liberdade por um prisioneiro, e um voto de Fé. Os personagens são estrategicamente ambientados em uma trama que não apenas os envolve, mas os relaciona com os acontecimentos da França Napoleônica e a França de Luís XVIII, apresentando os conflitos gerados por essa fase de transição entres um e outro, além da mudança da sociedade francesa nesse meio tempo, e os julgamentos feitos pela mesma, de forma que características e posses se tornam a vantagem ou a desvantagem dos personagens. É uma combinação peculiar de realidade e ficção, além da critica social sutil.

Apesar de “O Conde de Monte Cristo” ter sido a obra prima, o nome de Alexandre Dumas foi imortalizado por outro romance: Os três Mosqueteiros. Igualmente publicado inicialmente como folhetim na mesma época que “O Conde de Monte Cristo”, Dumas se inspirou ao achar as memórias do capitão dos mosqueteiros Charles de Batz-Castelmore, reconhecido em seu tempo por suas proezas e talento na esgrima, servido o rei Luís XIV. Surgia a figura de D’Artagnan. E seus outros três grandes amigos, Athos, Porthos e Aramis também foram inspirados em personagens reais.

Em 1840, casou-se com a atriz Ida Ferrier, mas manteve casos extraconjugais, tendo tido pelo menos 3 filhos assumidos fora do casamento. Um deles, Alexandre Dumas FILHO, seguiria a carreira do pai, dando continuidade ao trabalho de “Os três Mosqueteiros”, com os volumes de “Le Vicomte de Bragelonne”.

Após sentir necessidade de um refugio da fama literária, comprou um terreno no interior da capital francesa e passou a viver em um castelo dos sonhos que construiu em Port-Maly, ao estilo renascentista, próximo do rio Sena, que foi completado por um mini castelo em estilo neo-gótico em miniatura, representando o chateau d’If. O local ficou conhecido como Chateau de Monte Cristo. O espaço foi usado para um estilo de vida com muitas despesas desnecessárias em festas e convidados, o que acarretaram dividas que o autor não conseguiu pagar. Em 3 anos, Dumas precisou vender a propriedade, e se mudar para a Bélgica. Atualmente, o castelo se tornou um museu e memorial em homenagem ao autor.

Morreu em 5 de dezembro de 1870 e foi enterrado no cemitério de Villers-Cotterêts, na mesma cidade em que nasceu. Posteriormente, em 2002, o corpo foi exumado em transportado para o Pantheon em Paris, onde é mantida uma cripta para figuras importantes da França tem seu espaço de reconhecimento póstumo (seu túmulo divide espaço com Victor Hugo e Voltaire).

Em discurso, o presidente Jacques Chirac, responsável pela cerimônia ao autor em 2002, disse que “Contigo, nós fomos D’Artagnan, Monte Cristo ou Balsamo, cavalgando pelas estradas da França, percorrendo campos de batalha, visitando palácios e castelos – contigo nos sonhamos.”. É reconhecido que Alexandre Dumas é um dos autores franceses mais lidos no mundo, sendo traduzido para mais de 100 idiomas e tendo suas histórias adaptadas para mais de 200 filmes.

As obras de Alexandre Dumas tem essa característica em unir perfeitamente o real com o ficcional, de forma que o leitor se pergunte onde começa a verdadeira história e onde termina a criação do autor. Seus livros são sempre um incentivo à pesquisa que nos impressiona em descobrir os cenários existentes no mapa e os contextos de batalhas que realmente aconteceram.

Ele se tornou especialista em escrever Romances históricos sobre seu país e recebeu seu devido reconhecimento póstumo. Seu caixão foi removido de seu local no cemitério na cidade natal para ser recolocado no Panteão em Paris, uma espécie de mausoléu para as grandes figuras de importância nacional. Além de se poder visitar seu novo local de repouso na cripta, na capital existe uma estatua em sua homenagem em que, além da imagem do escritor, podemos ver D’Artagnan.

Por suas obras aprendemos a verdadeira amizade com D’Artagnan, a ter Fé com Edmond Dantès, que se pode viajar pela história nas páginas dos livros, porém mais que isso, que podemos mudar a nossa história e de onde vivemos pelo ato da escrita.

Fontes:

Ledda, Sylvain. Alexandre Dumas. 2014, Folio Biographies. (Versão francesa).

Dumas, Alexandre. Les trois Mousquetaires / Vingt ans aprés. 2013, Omnibus. (Versão francesa).


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