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O Canhotismo

Atualizado: 15 de mar. de 2022


" (...) e sempre tinha seu florete preso ao lado direito do cinto, sempre fiel. Com ele, nunca errara um passo, nunca caíra em frente de um inimigo."

Trecho de A rosa e o Florete

Quem já leu o livro "A rosa e o florete" percebeu que Guilhermina, a personagem principal se destaca como esgrimista, sabendo empunhar seu florete de forma hábil e diferenciada dos demais, porém além de, claro, o próprio treino que possui e dedicação na esgrima, a personagem tem uma característica única que a torna uma grande espadachim e que está subentendida em alguns trechos (um deles citado acima), que apenas dois tipos de pessoas entenderia: esgrimistas e canhotos.

Canhotos... uma pequena parcela da população que tem sua mão esquerda como dominante, e sofreu muito preconceito no passado ( e as vezes, indiretamente, ainda hoje) e sofre muitas dificuldades para se adaptar a um mundo de destros.

Existe um ditado francês "passer l'arme a la gouche", que significa "passar a arma para a mão esquerda", pois em prisões fortificadas, a escadaria para as celas era construída de tal forma que o prisioneiro destro ao fugir teria que passar sua arma para a mão esquerda, o que dificultaria sua fuga, já que os soldados, também destros, teriam maior facilidade em combate-lo. Seria um ditado equivalente ao nosso "bater as botas".

Entretanto o que os canhotos tem de desvantagens, também tem de habilidades que os destros não tem, como serem mais inteligentes e serem mais habilidosos em alguns esportes, como tênis, beisebol e ESGRIMA!!!

No combate corpo a corpo, os canhotos são favorecidos pela seleção natural, e talvez, por atacar um lado que o adversário não espera.

Ai chegamos no ponto! Guilhermina é canhota, sim! E esse é um fator que a favorece muito na esgrima.

Mas como? A autora não fala diretamente isso!

Pois é caro leitor, mas nossa autora faz isso indiretamente, de forma que só entendedores entenderão!

Pensemos por alguns minutos na leitura desse post como canhotos e vamos entender como Guilhermina pode ser identificada como canhota, se nos atentarmos na esgrima:

Já reparou de que lado uma bainha fica?

Se você for um destro, a bainha de uma espada ficará ao lado esquerdo do seu corpo, para que você a puxe com sua mão direita:

(atentem-se ao lado em que a bainha está na imagem, lado ESQUERDO, de forma que o espadachim possa puxa-la com a mão DIREITA)

Os canhotos funcionam do lado inverso, logo para um canhoto, a bainha estaria do lado... DIREITO! Para que ele puxe com a mão... ESQUERDA!

Agora suba até o começo do post e leia o trecho do livro, de que lado está preso o florete de Guilhermina?

Eis a nossa resposta, sutil e simples, e apesar da discrição com que é dada, é uma novidade: uma personagem canhota que explora isso de forma eximia.

Mas por que Guilhermina é canhota?

Porque nossa autora é canhota também!

Mariana sempre sentiu falta de uma personagem canhota nos livros. Talvez porque canhotos sempre foram muito reprimidos, mas em


eu livro ela colocou Guilhermina para que os canhotos a identificassem, e somente eles conseguiriam isso, mas agora os destros também sabem!

E aos leitores canhotos: que tal conferir essa história e achar as outras referências do canhotismo da nossa personagem? Será que tem outros? Depois da leitura nos contem e digam se se identificaram!

Nunca desafiem um canhoto para uma luta de esgrima, principalmente se ele for comandante da Guarda Real Francesa, com um coração revolucionário!


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