FICHA TÉCNICA:
EIFFEL
Nacionalidade: França
Direção: Martin Bourboulon
Gênero: Drama histórico
Lançamento: 2021
Elenco: Emma Mackey, Romain Duris, Pierre Deladonchamps
Falar de Paris é falar da torre Eiffel, a dama de ferro, que risca os céus e pode ser vista de qualquer ponto da cidade. Ela é símbolo da capital e souvenir obrigatório para trazer na bagagem. Mas qual é a sua história além do turismo, quando foi criada, há 135 anos atrás? Pois é justamente o que o filme "Eiffel" vem propor: um romance para contar o nascimento da torre mais famosa do mundo.
A torre foi pensada para a Exposição Universal, evento que reunia invenções das grandes potências da época, em especial as européias, propondo inovações tecnológicas e arquitetônicas em um século de revolução industrial, com chaminés a se erguerem nos grandes centros urbanos. Desafiava-se a gravidade em prédios e construções que alcançassem a maior altura. E ainda no ano que a exposição seria feita na França, em 1889, era o centenário da Revolução Francesa. A data era perfeita para um desafio a ser exposto e superado no país.
Muitos arquitetos e engenheiros propuseram projetos ousados. A oportunidade era única e um concurso foi aberto para avaliar as ideias submetidas. A Compagnie des Etablissements Eiffel também deveria competir, mas antes deveriam convencer Gustave Eiffel, o sócio maior, a aceitar a proposta. Inicialmente, ele não se interessou. Estava satisfeito com os trabalhos em ferrovias e pontes, além de edifícios pré-fabricados. Além disso, com o escândalo envolvendo o Canal do Panamá, onde ficou sem o pagamento de projeto, seria difícil embarcar em algo tão grande, que seria derrubado posteriormente ao evento.
Até o passado voltar e lhe dar um incentivo, ao colocar-lhe frente a frente de seu primeiro grande amor, Adrienne Bourgès, a então esposa de seu amigo e atual parceiro para divulgação do projeto da torre. Este retorno irá balançar sua criatividade e incentivá-lo a seguir em frente e propor um projeto permanente (com arrebites soldados para durar), usando a inicial do nome de sua amada para o formato da torre que carregaria seu nome, Eiffel.
O filme tem um ritmo tradicional do cinema europeu, mas que também demonstra o ritmo da vida de Eiffel: inicialmente lento e pacato até Adrienne entrar em sua vida, e começa então a acelerar até o clímax, onde tanto ele quanto sua amada vão ao limite pelo sentimento que compartilham. E não se pode negar que a forma que se fala de amor pelos franceses sempre será única e apaixonante. Ainda mais colocando-o estreitamente relacionado a este símbolo nacional.
E apesar de ser um drama com liberdade criativa sobre a história de Eiffel, há um cuidado histórico a respeito do cenário, da época em que a torre é construída, além de nos mostrar as dificuldades físicas, financeiras e sociais para a construção, algo que achei novo de ser visto no cinema, em uma linguagem compreensível e emotiva. Os desafios eram grandes para Eiffel, e isso não se pode ser negado após assistirmos.
É um filme belíssimo para falar que até nesta torre de metal há amor, e uma parte importante da história do país, além de carregar a ousadia e criatividade de um homem, e de tanto outros que ergueram suas partes. É uma produção impecável e inspiradora, para quem olhar para a torre Eiffel depois sempre notar o "A", seja de Adrienne, ou de Amour, ou simplesmente reconhecer que ela vai além de um ponto turístico, e que não pode ser negada sua história permanente.
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