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Anastásia

FICHA TÉCNICA:

ANASTÁSIA

Nacionalidade: Estados Unidos

Direção: Don Bluth, Gary Goldman

Gênero: Drama contemporâneo

Lançamento: 1997



O motivo de trazer essa animação para o blog é porque foi graças ao contato com ela que me interessei não apenas pela história dos Romanov, mas pelos fatos históricos em si, mudando minha forma de ver o conceito de "princesa dos contos de fadas" em contraste com a realidade.


Quando vi esse filme pela primeira vez, deveria ter meus oito anos de idade. É engraçado com cada vez que o assistia de novo, conforme crescia, minha percepção também se alterava. Resumindo o filme em uma pergunta, seria "E se Anastásia Romanov tivesse sobrevivido ao cerco do palácio em 1917?".


Uma criança, para a qual a animação é feita, não entende a complexidade dos fatos que levariam à perda da família de Anastásia. Mas a maldição jogada por Rasputin veio bem a calhar no enredo. Enfim, durante a fuga da invasão ao palácio de Inverno, Anastásia, junto com sua avó, foge da mão dos revolucionários, mas acaba se acidentando no percurso, e perdendo a memória, esquecendo quem é, tendo apenas um pingente escrito "juntas em Paris" a ligando ao que espera ser sua família. Orfã, seu desejo é ir até a França procurar quem quer que tenha lhe dado o presente.


Em contrapartida, temos Dimitri, que ajudou a princesa a fugir na infância, e agora ganha a vida na tentativa de achar uma sósia da grã-duquesa e lucrar em cima disso, já que a antiga imperatriz, Maria Feodorovna, está pagando um bom resgate para quem lhe entregar a neta viva e bem. O rapaz tem um pertence pessoal da princesa que tornaria sua atriz impossível de gerar dúvidas. As passagens para Paris já estão compradas, mas ele não encontra uma boa opção para bancar Anastásia. Até conhecer Anya, uma garota desmemoriada.


Então a história gira em torno dessa descoberta e caminho da personagem em se descobrir a grã-duquesa perdida até chegar em Paris, e recuperar sua família, enquanto combate os empecilhos impostos pelo cadavérico Rasputin, que segue na missão de cumprir sua maldição contra os Romanov.


A trama não traz tanta veracidade histórica como os historiadores podem esperar (e que também fui reparando no decorrer do tempo), mas a forma como aborda fatos reais é bem interessante, especialmente se tratando de uma animação para os espectadores infanto-juvenis. De fato a busca pela sobrevivência das princesas Romanov perdurou por um tempo até descobrirem seus corpos, e como estes não foram achados juntos, sempre se pensou que uma delas haveria sobrevivido. O mistério girou por muito tempo em torno de Anastásia, e depois sua irmã Maria. No caso de Anastásia, até mesmo uma mulher chamada Anna Anderson (Anya, Anna... entenderam a relação?) se dizia ser a princesa até o final dos seus dias. E realmente muitos queriam ganhar dinheiro em cima dos sobreviventes dos Romanov, que buscavam seus familiares prisioneiros.


Mas não era tão escancarado, já que o governo soviético não permitiria essa afronta. Aliás, essa solução da maldição de Rasputin foi substituída no musical (2016) da Broadway, sendo colocado como vilões os Soviéticos. Faz mais sentido, afinal, e traz maior maturidade para a história. É muito bom ver essa história retornando nos palcos com o musical, ainda conquistando o público, tanto os mais novos espectadores quando os nostálgicos.


Enfim, Anastásia é uma animação repleta de beleza em seu desenho, suas músicas marcantes como "Once Upon a December", e que com certeza venceria a Disney no Oscar, se aquele ano a categoria não tivesse sido removida sabe lá porquê! Para mim, Anastásia nunca será uma princesa Disney, mesmo depois que a empresa comprou a produtora Fox. Por que? Porque Anastásia não se trata de um contos de fadas. Anya se apaixona por Dimitri, um homem comum, um tanto quanto petulante e egoísta, mas que se redime para salvá-la, e os dois terminam o filme juntos em uma barco navegando por Paris, e ela retira sua tiara de princesa para viver com ele. Sim, isso a Disney não faria.


Acho que por causa de Anya eu aprendi mais sobre história, e me fascinei especialmente sobre a história dos Romanov. Foi aquela pontinha que permaneceu para produzir algo futuro maior. E outra coisa que aprendi com esse filme: não é sobre ser uma princesa, e sim sobre ser você mesma, sabendo sua própria história.



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