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O Conde de Monte Cristo

RF

O CONDE DE MONTE CRISTO

Nacionalidade: França

Direção: Alexandre de La Patellière, Matthieu Delaporte

Gênero:Drama Histórico

Lançamento: 2024

Elenco: Pierre Niney, Anamaria Vartolomei, Anaïs Demoustier, Bastien Bouillon



A obra literária "O Conde de Monte Cristo" é um grande clássico francês escrito pelo autor Alexandre Dumas Pai, que, inspirado no caso real de François Picaud (narrada por Jacques Peuchet), narra o processo de vingança de Edmond Dantés, um jovem capitão de navio cargueiro vítima de falsas acusações que o deixam na cadeia por mais de dez anos. Porém, neste período cativo, ele conhece um abade que revela um segredo: um tesouro escondido na ilha de Monte Cristo, no mar Mediterrâneo.


Ao conseguir uma fuga da prisão do Castel d'If, Edmond logo vai em busca do tesouro, e ao encontrá-lo, consegue um fato decisivo para realizar sua vingança: mudar de vida e mover as peças do tabuleiro em Paris, enquanto se apresenta aos seus inimigos como Conde de Monte Cristo. A narrativa por si só é instigante, e por isso já foi inúmeras vezes adaptada aos cinemas - a mais famosa é a produção de 2002, que conta com Jim Caviezel no papel de Edmond, além de Guy Pearce e Henry Cavill (este último ainda com seus 19 anos na época neste segundo trabalho de sua carreira).



Porém, agora em 2024, a França apresenta sua nova super-produção de "O Conde de Monte Cristo" que, apesar de ser um filme de quase 3 horas de duração, consegue surpreender o público positivamente pela reconstrução da trama de Dumas, a começar pela fotografia impecável das cenas gravadas in locco até a rede que o personagem tece para pegar seus inimigos.


A representação da prisão d'If e a casa do Conde de Monte Cristo podemos ver a inspiração e tentativa de fidelidade ao que o autor descreve no livro (inclusive a casa de Dumas nas proximidades de Paris carregam inspirações claras ao livro que podem ter servido de inspiração aos produtores para a mansão do conde). As cenas em Marselha também são belíssimas, e refletem os melhores momentos da vida de Dantés, bem como a mudança de ambiente em Paris, com tons mais frios, e referências ao Oriente, que demonstram as viagens de Edmond depois de se tornar o conde de Monte Cristo, e seu lado misterioso e exótico, ocultando seu passado.


Os atores também dão um show de interpretação, especialmente Pierre Niney, que faz o papel principal de Edmond. O ator carrega tanto a inocência inicial do personagem, quanto as nuances psicológicas de Dantés após sua prisão e mudança de vida ao descobrir o tesouro de Monte Cristo. A solução também para sua mudança de fisionomia, que o tornava irreconhecível aos seus inimigos também foi bem solucionado, com o uso de máscaras faciais.



A presença da personagem Haydée (interpretada pela atriz franco-romena Anamaria Vartolomei) também foi inédita aos espectadores e bem-vinda aos leitores que já conhecem a obra, que muitas vezes é descartada para manter o romance entre Edmond e Mercedes em foco. Mesmo com essa figura feminina tão importante sendo trazida para as telas, a necessidade de ter um romance envolvido, mas minha opinião, estragou um pouco a trama de Haydée.


Uma outra coisa que me incomodou foi a mudança das formas de vingança com que Dantés utiliza para se vingar de seus quatro inimigos, e a que poderiam ter sido melhores caso os roteiristas optassem por seguir o livro corretamente, pois Dumas não deixou pontas soltas. Essa questão me faz pensar que talvez "O Conde de Monte Cristo" não seja um livro fácil de adaptar em sua grandiosidade, e que as adaptações tendem mesmo a falhar no roteiro.


Ainda assim, o ritmo do filme mantêm o espectador preso pelas 3 horas, que fica curioso em saber como Dantés irá conseguir sua tão almejada vingança. No final, senti que foram as melhores horas que já gastei no cinema, e que valeu muito a pena assistir esta produção maravilhosa que, se concorrer ao Oscar, espero que leve alguma estatueta. Merci França por esta produção digna da narrativa do "Conde de Monte Cristo": intrigante e apaixonante, e finalizada com uma das mais belas frases da literatura "Até o dia em que Deus dignar-se a desvelar o futuro para os homens, toda a sabedoria humana estará nestas palavras: esperar e ter esperança".



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