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Os três Mosqueteiros e 20 Anos depois

Atualizado: 1 de out. de 2021

Título: Os três Mosqueteiros / 20 Anos Depois

Autor: Alexandre Dumas

Editora: Zahar

Classificação indicativa: adulto

Gênero: Clássicos


Após comentarmos um pouco sobre a história dos verdadeiros homens que inspiraram o clássico de capa e espada, e também da jornada do escritor Alexandre Dumas durante a criação deste clássico, em um post aqui no blog (link: https://bit.ly/2Tzd6Hx), resolvemos falar um pouco sobre os dois livros que narram as peripécias dos quatro amigos Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan, desde quando se conhecem até seus quarenta anos.


OS TRÊS MOSQUETEIROS

"(...) e os quatro amigos repetiram em uníssono a fórmula ditada por D'Artagnan:

Um por todos e todos por um."


O primeiro livro começa contando sobre a chegada de D'Artagnan em Paris, e que já chega buscando encrencas antes mesmo de pisar na grande cidade, como (é dito pelo próprio autor) o bom gascão que era. Seu primeiro confronto é com um nobre que ofende seu pobre cavalo de cor estranha, e para defender a honra de seu pangaré, ele o desafia, entretanto, não obtem sucesso e ainda perde a carta de recomendação de seu pai para o Monsieur de Tréville, o capitão dos mosqueteiros, para que se juntasse à guarda. Por fim, ele decide seguir a Paris e ignorar a ofensa, por hora, até cruzar nomavamente com tal homem.


Os brigões se atraem. Quando se encontra com Monsieur de Tréville, conhece os mosqueteiros mais valiosos do capitão e também a richa dos soldados do rei Luís XIII e do cardeal Richelieu. Mas somente após esbarrar em um ferimento recente de Athos, estragar as vestimentas caras de Porthos e ofender o orgulho da amante de Aramis, que D'Artagnan se aproxima deles, e para um confronto, que acaba com os quatro, ao invés de se baterem, se tornando amigos.


D'Artagnan ainda não recebe a veste de mosqueteiro, sendo colocado em um regimento de menor patente, mas caminha tanto com os três inseparáveis, que sua junção ao bando é questão de tempo. E o tempo os coloca em missão para a rainha: Sua Majestade Ana da Áustria é apaixonada pelo duque de Buckingham, e levanta suspeitas do rei que são nutridas pelo cardeal Richelieu, que espera uma oportunidade para prejudicá-la. Essa oportunidade chega quando consegue roubar duas agulhetas dentre 12 dadas para o duque inglês. Em um baile, sinalizaria a ausência destas e provaria ao rei a infidelidade de sua rainha.


Os quatros amigos são enviados para buscar as agulhetas e salvar a rainha. Durante o caminho, cada um é deixado para trás por embates diferentes, restando apenas D'Artagnan para levar as agulhetas de volta à França. Quando completa a missão, e recebe os agradecimentos da rainha com um anel de diamantes, ele decide refazer o caminho e resgatar seus amigos e os encontra muito bem vivos: Porthos, com um ferimento levíssimo, finge estar gravemente prejudicado para se manter em uma estalagem de graça e de favor do estalajadeiro; Aramis, após uma frustração com sua amante, claramente decidido a se tornar padre e escrever uma tese à Igreja; e Athos se mantendo recluso na adega de outra estalagem, consumindo todos os produtos. Reencontrá-los é uma alegria ao gascão.


Também temos momentos como o cerco de la Rochelle, uma guerra real que acontece, e que os quatro vão ao combate em resposta a uma aposta de bar. Durante um piquenique e uma conversa de atualizações, os quatro tomam a torre de la Rochelle, vencem os inimigos, cerca de 20 homens, e usam a toalha da refeição como bandeira de vitória.


Esse fato se dá quando foram enviados para salvar o duque de Buckingham, que tinha sua vida ameaçada por Milady, a famosa vilã que pertuba aos quatro amigos, com uma sedução e maldade requintadas. Ex-esposa de Athos, fascínio de D'Artagnan, e assassina de outros dois casos citados na história, é o motivo também para que fosse detida. Infelizmente, para seguir a cronologia histórica real (afinal é um romance histórico) o duque é morto por John Felton. Felizmente Milady igualmente é morta por seus crimes através da justiça dos quatro amigos.


D'artagnan também encontra e enfrenta o homem que o provocou no começo, que o conheceremos com Rochefort, ou homem que serve Richelieu como informante, e também prejudica os amigos. Porém e dito que em três embates durante a vida, D'artagnan o vence em todas, e ambos se tornam amigos.


Ao final do livro, Athos retorna para suas terras, sendo um conde de títulos e heranças que o permitiriam isso, Aramis se retira ao convento para se tornar padre e seguir sua vida eclesiástica, Porthos se casa e também se muda para viver com sua esposa nobre e rica. Quanto a D'Artagnan se torna tenente dos Mosqueteiros.


O enredo, que aborda amizade sincera, traz personagens reais e contexto histórico real em meio à ficção. O trabalho de pesquisa é louvável, e os quatro amigos trazem situações humanas, engraçadas, leves que nos coloca ao lado deles durante a leitura, entrando fundo no livro.


Não à toa a história se torna um clássico, e quando mal Alexandre Dumas terminara de publicar o último capitulo em formato de folhetim, um sucesso estrondoso o faz dar continuidade à história com "Vinte anos depois".



VINTE ANOS DEPOIS

"Um tumulto teve ínicio, piorado pelo fato de não haver um objetivo e tornado mais funesto por não se saber, por que, exatamente, se lutava."


Neste livro, temos os quatro amigos na casa dos quarenta anos, e afastados durante os vinte anos após suas grandes aventuras do primeiro livro. Neste tempo, Richelieu já era morto, sendo substituído pelo Cardeal Mazarino, o rei Luís XIV era uma criança sob o controle de sua mãe, rainha regente Ana da Áustria, enfrenta os protestos dos outros príncipes sobre seu reinado e do povo.


O cardeal Mazarino é igualmente perseguido, por sua proximidade suspeita com a rainha Ana e sua influência sobre o rei. Por isso, ele busca aliados de confiança, e, através de Rochefort, que é preso por protestar contra o ministro, Mazarino descobre sobre os quatro amigos, e chama o tenente dos mosqueteiros (sim, D'Artagnan é tenente por vinte anos, com um salário pequeno e sem evolução em sua carreira, o que o deixa frustrado) para lhe tratar sobre a fidelidade. A esperança de algo novo e uma promoção animam D'Artagnan.


A primeira missão de D'artagnan é encontrar, reunir os amigos e convencê-los de se juntar ao lado do rei, apesar de obedecerem as ordens de Mazarino.

Ele começa por Aramis, que descobre ter se tornado um padre muito requisitado para o sermões, porém o amigo está mais genioso de quando era mosqueteiro, sendo "um padre que quer ser mosqueteiro, e um mosqueteiro que quer ser padre". Por não considerar o cardeal digno de fidelidade, não aceita a proposta do gascão.


Porthos, viúvo, com três castelos e terras para administrar, além de uma renda mensal mais do que satisfatória, está entediado, e ao ver uma oportunidade de diversão e lutas, além de poder pedir um título de barão, aceita embarcar com D'Artagnan nas missões de Mazarino.


Athos, que de nobre já possui o título de Conde de la Fère, e também herdara o condato de Bragelonne, segue uma vida tranquila, tutoriando o jovem Raoul, que também e colocado com herdeiro do nobre, como visconde de Bragelonne (descobrimos depois que Raoul é filho legítimo de Athos de uma relacionamento com uma nobre). Ele não aceita também a proposta de D'Artagnan, pois crê no rei, e não em Mazarino, mesmo que o amigo argumente que a lealdade é com a coroa.


Os quatro então se encontram em lados opostos: Aramis e Athos ao lado dos principes rebeldes e D'Artagnan e Porthos da rainha e Mazarino. Porém uma missão, a de salvar o rei Carlos II da Inglaterra (casado com a tia de Luís XVI), enfim se colocam do mesmo lado da batalha, superando as discussões políticas e movendo suas forças por um mesmo objetivo.


Porém um empecilho é posto no caminho deles: o filho de Milady, Mordaunt, que busca vingança pela morte da mãe, querendo assassinar os homens que a julgaram e a mataram. O personagem dificulta a vida dos quatro em todos os momentos, desde salvar o rei até retornarem a Paris depois de fracassarem com a missão. Felizmente, Mordaunt tem o mesmo destino da mãe.


Por terem fracassado no salvamento do rei, e por estarem sendo perseguidos por Mazarino, o retorno deles a Paris é difícil. Para salvarem suas peles, decidem ir atrás do cardeal, e acabam presos. Mas reuní-los na prisão da casa de Mazarino é o castigo do mesmo, já que eles não só se libertam, como exigem que o ministro assine as exigências do povo e as suas próprias. Também conseguem a palavra da rainha quanto aos documentos.


Ao final, D'Artagnan se torna capitão, Porthos tem o título de barão, Aramis se promove dentro da igreja, e Athos retorna para sua vida tranquila de conde, com Raoul seguindo uma carreira militar de sucesso em Paris.


Este livro foca mais na essência de cada um, bem como fatos de influência na amizade deles em frente ao cenário político: D'Artagnan é o espírito do grupo, Athos é a honra, Aramis com o intelecto e Porthos com sua paixão pela vida. Essas caracterítistas sãos ressaltadas em suas decisões, e abala um pouco a amizade, apesar de esta ainda ser mais forte que suas diferenças.


Digamos que neste livro, diferente do outro que mostra o que une os quatro amigos, revela o que os diferencia, e pode separá-los, apesar de que juntos, suas essências realmente fazem o grupo invencível.


A última aventura do grupo é narrada no livro "O visconde de Bragelonne (Le Viconte de Bragelonne) e não tem edição em Português, mas já é possível saber, pelo final do livro que a amizade tão usada como exemplar no meio literário e na vida dos leitores, é testada mais uma vez, com o envelhecimento dos quatro durante o reinado de Luís XIV.


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