Título: Forte é o Cristal
Autor: Daphne Du Maurier
Editora: Círculo do Livro
Classificação indicativa: Livre
Gênero: Romance Histórico
"O sistema poderia mudar um dia, mas a natureza humana continuaria a mesma (...)"
Este foi o primeiro livro que inspirou a autora Mariana Pacheco a pesquisar mais sobre a história da França. Foi uma indicação e um presente de sua mãe durante o período escoalr em que pesquisava sobre a História da Revolução Francesa, e na tentativa de ajudar a filha compreender melhor o assunto, o romance veio bem a calhar, e além mais.
A história conta sobre Magdaleine e sua família, formada por seus três irmãos mais velhos, e o negócio de mestre-vidreiros, com produções de peças para a família real e a nobreza. Neste cenário, é mostrado a evolução da revolução francesa pelos olhos da personagem feminina.
Também nos é apresentado como os irmãos, um cada qual com seu perfil e reações diante da revolução que se alastrou de Paris até o campo, e os atingiu fortemente, rebelando os funcionários, e destruíndo as cristaleiras. A personagem Magdaleine vê não apenas as mudanças em seu país e a distruição do que conhecia, como também seus irmãos se derrotando e sabotando por escolhas erradas diante do cenário da Revolução Francesa.
Apesar de trazer uma excelente pesquisa histórica, o que mobilizou a autora Mariana Pacheco a responder diante da leitura com uma pesquisa mais aprofundada sobre o período foi: Por que a mulher é apenas uma voz narrativa, passiva, e não uma figura ativa na Revolução Francesa e no que acontecia em torno de si? Por que, mesmo Magdaleine sendo a narradora e a pessoa que conta o que ocorre por seus olhos, ela nada faz para alterar a história, não só dela mesma como de seu país?
Talvez tenha sido o fato da escritora Daphne Du Maurier ter se inspirado em seus antepassados, igualmente mestres vidreiros, que ela tenha optado por essa abordagem da história da França, mas após Mariana pesquisar, notou que era preciso mostrar que a Revolução não foi feita apenas por homens.
É um livro que realmente desperta curiosidade no leitor sobre o período, o que torna uma pena não ser mais editado, e ser apenas um achado em sebos, como uma frágil taça de cristal em meio aos escombros, ainda resistindo, e surpreendendo aos que podem ter um exemplar dele em mãos.
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