Este ano comemora-se o 120º aniversário de Antoine de Saint Exupéry, famoso autor pela obra "O Pequeno Príncipe", favorito por crianças e adultos, de muitas gerações, e considerado um clássico obrigatório para qualquer leitor. Porém, Saint Exupéry merece seu crédito por outros trabalhos que o definiram como escritor, aviador, e um solitário em um mundo a parte do nosso.
Bibliografia além da escrita:
Nascido em 31 de julho 1900, em Lyon, Antoine de Saint-Exupéry, em uma família que já sente a ausência do pai logo cedo. Então, ele e seus três irmãos (duas meninas e um meninos mais novo que ele), junto de sua mãe, mudam-se para a casa de uma tia mais abastada, a fim de conseguirem se sustentar. Durante sua infância se mostra uma criança criativa e entuasiasmada, com uma imaginação grande, apesar de não ser o melhor aluno na escola. Ele pilota seu primeiro avião aos 12 anos.
Então chega a II Guerra Mundial, e ele, junto de seu irmão François, é enviado para um internato Notre-Dame de Saint-Croix, já que sua mãe precisa trabalhar como enfermeira. No inverno, François adoece gravemente, e acaba falecendo. A perda marca a fim da infância de Antoine de forma trágica.
Quando jovem, se muda para Paris, onde possui a chance de se aproximar da vida boêmia e inspiradora dos anos 20, e também tenta de tudo para conseguir alcançar os aviões. Depois de fracassar na carreira militar, com a ajuda de seu nome (sua família era reconhecida na França), se torna piloto nos correios Latécoére. Suas asas de abriram para o mundo. Especialmente sobre o Sul do mundo.
Seu reconhecimento como piloto o fez ser um intermediário entre a região de Cabo Juby, e os pilotos que cruzavam aquela área. Foi neste momento que suas experiências sobre os povos árabes, do deserto e sociedades nômades foram adquiridas. Também foi transferido para gerenciar a sede em Buenos Aires, na América do Sul, e neste momento que conhece o amor de sua vida Consuelo, e vive um relacionamento de idas e vindas, mas nunca de abandono (eis a inspiração para a rosa de Pequeno Principe).
Antoine tenta em seus últimos dias de vida salvar a França da guerra, após a invasão alemã. Por não apoiar nem o governo de Vichy, nem o autoproclamado líder francês De Gaulle, ambos os políticos o consideram um problema, e eis os boatos de traição e espionagem. Na verdade, Saint-Exupéry, que se encontrava nos Estados Unidos tentando convencer os americanos de entrarem na guerra para ajudar os aliados, acaba retornando à França para ajudar na batalha. Morre em 1944, quando seu avião é alvejado por um piloto alemão, ma região de Marselha. O piloto era seu fã, e não sabia que o escritor se encontrava a bordo. Se soubesse, talvez não tivesse derrubado a aeronave, e o matado.
Na foto, alguns livros de Saint-Exupéry da autora Mariana Pacheco, e a miniatura do avião Lighting P38, usado pelo aviador em seus últimos vôos.
O último romântico - como autor:
Antoine de Saint-Exupéry sempre teve que lidar com sua carreira como aviador, e como escritor. Quando o sucesso de seus livros superou suas peripécias no ar, seus colegas de vôo começaram a olhar torto para ele, pois não concordavam em ter suas histórias no ar expostas. Mesmo assim, ele continuava a conciliar ambas as vocações e paixões.
Seus livros contam além de suas histórias no ar, envolvem o leitor em suas experiências e impressões pessoais e emocionais sobre o que via e sentia, sobre a sociedade, a guerra, o mundo, as pessoas, o deserto, a noite... sobre a vida única que ele pode experimentar como aviador.
Suas obras:
O Aviador - 1926
Correio Sul - 1929
Vôo Noturno - 1931
Terra de Homens - 1939
Piloto de Guerra - 1942
O Pequeno Príncipe 1943
Carta a um refém - 1943/44
Cidadela - 1948 (obra póstuma)
Há mais uma obra, Cartas à uma Mãe, que é a coletânea de suas cartas para sua mãe, que foram disponibilizadas para publicação por ela, após a morte de seu filho.
Outras coletâneas de seus trabalhos também foram publicadas postumamente, após serem reunidos por completo:
Cadernos - 1953
Cartas da Juventude - 1953
Um Senso de Vida - 1956
Escritos de Guerra - 1982
Manon, Dançarina - 2007
Cartas para o Desconhecido - 2008
Seu manuscrito "Pequeno Príncipe", é deixado aos cuidados de uma amiga, Sylvia, uma jornalista de Nova York, em abril de 1943, antes de seu retorno para a França, que é publicado em inglês e francês no mesmo ano. O sucesso é imediato. A história já foi traduzida para mais de 149 idiomas.
Desde seu "Pequeno Príncipe", até suas demais obras, Antoine de Saint- Exupéry, deixou um legado de amor pela vida, e narrativas singulares de suas viagens, com uma linguagem que apenas os sensíveis e apaixonados podem entender sua grandiosidade, de um autor aviador que vai além em sua narrativa. Eis o convite para que se conheça mais de sua produção.
Fonte: documentário " Saint-Exupéry, le dernier romantique"
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