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Emily in Paris por uma publicitária

Atualizado: 1 de out. de 2021




E a internet tem ido à loucura com a série "Emily in Paris", com Lilly Collins, contando a história de Emily, uma publicitária que vai trabalhar em uma nova sede de sua agência americana, em Paris. A presença de estereótipos clichês sobre os franceses, e em especial os parisienses, tem dividido opiniões, entre amor e ódio.


Assisti e analisei, indo um pouco além da figura de Paris, e do turismo incetivado, e quero contar sobre um outro estereótipo imbutido: a vida de publicitária que Emily leva. Então vamos às críticas, e observações, indo além dos motivos que ressaltaram de diferenças culturais, os pontos turísticos, os caras lindos franceses e o estrelato da moda.


1- A despreparada que vai para a França - Emily vai como substituta de sua chefe para Paris. Não fala francês e, seu cargo é inferior da primeira possibilidade de contato na agência francesa.

Isso, na realidade não aconteceria. Uma agência de grande porte para comprar outra em Paris, que cuida de marcas relativamente importantes, jamais deixaria uma pessoa sem preparo ou ao menos contato cultural partir assim no desconhecido. Fracasso na certa!


2- La vie est belle - Emily começa a trabalhar, pegar clientes grandes e famosos do mundo da moda. Ela só acerta com suas sugestões, e atrai a atenção dos clientes.

Até parece que tudo dá certo e é aprovado de imediato na área de Publicidade. A gente faz, o cliente reclama, faz de novo, reclama mais, um processo cíclico até alcançar um meio termo, que normalmente não é o que a gente quer. E ainda tem os erros que cometemos, que às vezes são irremediáveis. Enfim, c'est la vrai vie.


3- Glamour - Todo mundo tem essa ideia da vida glamourosa da área de comunicação. Mas...Talvez apenas o povo de atendimento, porque quem fica dentro da agência não. Criação, Redes Sociais (caso da personagem), não interagem diretamente com o cliente com a frequência que série expõe. Quem dirá ir em eventos glamourosos exclusivos com roupas de festa, como mostra na série.

Também não vestimos grifes, e salto alto. Isso é meio negativo... quem me dera ter o guarda-roupa da Emily, ou mesmo me vestir daquele jeito e não me sentir deslocada em uma agência de Publicidade.


4- Conquista pelo sexo - A série tem mais cenas de sexo e beijo do que desejava (para os franceses e para as publicitárias). E parece que a Emily conquista seus clientes por sua ingenuidade em não enteder suas indiretas, mas aceita de bom grado beijos e lingeries, e fecha os negócios assim. Inclusive sua chefe ser amante de um dos clientes também ressalta este ponto.

Achei um pouco ofensivo às publicitárias em especial. Não fechamos os jobs porque damos pros clientes, nem saímos palpitando sobre uma mulher nua como Emily fez (deveríamos, sim, mas não fazemos, pelo amor ao nosso emprego), e muito menos desfilamos com a roupa de marca que o cliente fez. Não somos musas, estamos mais para guerreiras.


5- Trabalho Alone - Emily é hostilizada por sua chefe, e tem pouca influência de seus colegas na hora de fazer os jobs.

Trabalho em equipe é essencial por mais que você odeie o colega de equipe. Na hora de decidir algum job, todos trabalham juntos, e não apenas uma estrela cintila com favoritismo para a campanha sair, e cada um no seu setor: Criação, MKT, Redes Sociais, Atendimento...


6- Redes Sociais - Emily é uma influencer, então consegue muitas coisas com seus contatos pelo Instagram, com ações de guerrilha e de interação com os públicos das marcas.

Esse foi um ponto muito positivo da série! As redes sociais estão ai para conquistar e não dá para negar. Essa nova forma de comunicação que as agências tem cada vez mais investido para transformar marcas mais interpessoais com seus consumidores foi bem apresentada através de Emily. As campanhas são criativas e até poderiam mesmo servir de inspiração para comunicadores na vida real.

PORÉM, não se ganham milhares de seguidores com os temas básicos de Emily, e nem se alcança a chefia de uma marca com um meme reproduzido. Isso é trabalho de meses, e até anos de cuidado com a imagem de uma marca ou de uma pessoa nas redes sociais com material diferenciado.


Minha opinião geral da série é: não é ruim. Assisti apontando o que vivi na França em um mês, e o que era surreal. Também fiz isso com essa questão da profissão. É uma produção promissora, mas na segunda temporada, se houver, tem coisas a melhorar, como Emily cometer erros, tornando-se mais real; menos sexo com clientes; mais romance do que apelação; e evitar os clichês e estereótipos. Tem chance, mas vai precisar ouvir o público alvo.



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