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Bem-Vindos à Livraria Hyunam-Dong - O que queremos da vida?

Título: Bem-Vindos à Livraria Hyunam-Dong

Autora: Hwang Bo-Reum

Classificação indicativa: Livre

Gênero: Ficção


"Talvez o modelo de negócio de uma livraria de bairro seja baseado em sonhos -

do passado ou não. (...) Quanto mais livrarias abrem, mais sonhadores surgem."


Pelo menos para mim, como leitora, as livrarias, assim como bibliotecas, passam uma sensação de um universo mágico a parte, de alguém que vive para passar livros adiante. E livro que falam sobre esses lugares logo chamam minha atenção. Além disso, tenho aproveitado para conhecer mais sobre literatura coreana, sendo logo chamada por este título.


A obra traz Yeong-Ju, a proprietária de uma livraria de bairro, que após largar seu emprego estável, buscava fazer seu negócio, algo que escolheu por gostar de verdade de ler, lucrar e se manter. E durante a leitura, não apenas com ela, mas com seu jovem barista Min-Jun, e a clientela que frequenta e começa a aparecer, vamos embarcando na essência da livraria e mais: o que queremos ser?


É uma pergunta complexa, que nem quando estamos para entrar na faculdade e todos questionam "E o que você quer fazer? O que quer ser quando crescer?". Ainda jovens demais, pensamos ter a resposta, mas depois vemos que ela é mais do que um diploma, mas envolve sobreviver na sociedade, conseguir o equilíbrio do sucesso e da vida, saber abrir mão e recuperar algo perdido. Nem sempre é algo simples.


Bem, também temos um enfrentamos sobre a sociedade coreana, baseada na disciplina e no esforço máximo pela melhor educação, que gera uma competitividade em estudantes até depois em sua fase de universitários e empregados em grandes empresas. Pela figura de alguns jovens personagens, notamos essa dificuldade de apenas desejar se manter e ser feliz, e não escalar arduamente o topo. Escolher tricotar pode ser melhor que aguentar uma crise de burnout, ou preparar cafés lhe garanta mais tranquilidade do que a melhor faculdade do país.


E um personagem autor dá o ar de sua graça, nos mostrando um pouco deste ponto de vista em um país asiático, onde de dia ele é um funcionário e de noite um escritor, onde o necessário divide-se com o prazeroso, talvez. Bem como este personagem irá descobrir interesses além das palavras, como se apaixonar.


Com cada um, buscando a livraria para responder suas perguntas, o lugar ganha vida, bem como a dona do local aprende que a melhor forma de atrair clientes e saber o que eles precisam: da história certa para seu dia, ou para a vida. Ela também precisa dar uma chance a si mesma para acreditar na sua paixão, e impulsioná-la. Em resumo, fazer o que se gosta acima do que acha que precisa.


Esse livro me veio em boa hora, porque me fez entender que nos preocupamos muito com a expectativa dos outros: de termos o melhor diploma para sermos vistos pela melhor empresa, pelos nossos parentes que desejam algo que se orgulhem de nós, de amigos e patrões que nos pressionam para fazermos o que acham melhor... E esquecemos com o que queremos e, principalmente, o que podemos entregar e ser. Respeitar nossos limites e saber o que nos faz bem e felizes é essencial.


E que lugar melhor que uma livraria para encontrar um acolhimento de mentes inquietas? Eu, particularmente sempre me senti melhor em uma livraria. Aliás, acredito que livrarias ganham personalidade pelos leitores que ganham, sabendo exatamente o que eles precisam, e seus vendedores são peças-chaves para ligá-los.


Enfim, a leitura é uma delícia, pois, em meio a situações que aparentam ser descontraídas na rotina da livraria, reflexões importantes passam ser feitas, fugindo das páginas e atingindo o leitor em cheio.




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