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A Revolução em Paris

Atualizado: 1 de out. de 2021


FICHA TÉCNICA:

A REVOLUÇÃO EM PARIS - LE PEUPLE ET SON ROI

Nacionalidade: França

Direção: Pierre Schoeller

Gênero: Drama Histórico

Lançamento: 2018

Elenco: Adèle Haenel, Gaspard Ulliel, Louis Garrel

"Uma hora de vida como homem livre vale mais do que cem anos como escravo!"

Ver a França retomar sua própria história, justo nesse ano em que a Revolução Francesa completa 230 anos, faz o coração de qualquer francófono bater mais rápido. Sentar na sala de cinema, aqui no Brasil para assistir uma produção francesa que, muito provavelmente, só será vista dessa vez por um longo período (já que os filmes europeus demoram mais ainda para ficarem disponíveis ao público), já é motivo o suficiente para absorver e curtir cada cena e cada momento que reconta a história mais marcante de toda uma era.

O filme começa com a queda da Bastilha, o que por si só é uma novidade, já que a cena da Bastilha é sempre o final, quando na verdade, é o começo mesmo. O primeiro marco não é tão relevante quanto sua continuidade, quando começam a desmonta-la, de fato, derruba-la. E a luz do Sol se infiltra entre os vãos das pedras derrubadas, e ilumina ruas e pessoas que nunca haviam visto aquela luz antes por causa da fortaleza. Ao mesmo tempo, o bebê de Françoise (personagem de Adèle Haenel) morre.

Vemos também a marcha das mulheres sobre Versalhes, exigindo não só a redução do preço do pão e trigo, mas a saída de Luis XVI daquele palácio, e retornando para Paris, para junto de seu povo. A recepção da assembléia diante de pessoas comum e que sofriam com a miséria causa a primeira divisão entre os deputados, e vemos certas semelhanças com os dias atuais. E enquanto os direitos do Homem e do Cidadão são discutidos, Basile (personagem Gaspard Ulliel) é acusado de ser um ladrão.

A história gira em torno de Françoise e Basile, que, através dos dois personagens, vemos o processo revolucionário pelos olhos da população, desde como a vida seguiu após os principais acontecimentos até as revoltas populares que alcançaram os pontos altos daquele movimento contra a monarquia, além de sua relação com a Assembleia Nacional e os representantes.

O processo de julgamento de Luís XVI é um dos pontos mais interessantes, pois apresenta os discursos inflamados de Robespierre, Marat, Saint-Just e Danton, e os opositores que ainda desejavam o rei vivo e apenas exilado. E a discussão durou mais de um dia, pois foi feita uma eleição com voto nominal.

A cena da guilhotina é esperada ao mesmo tempo que surpreendente, já que vemos como o rei foi tratado após receber sua sentença de morte. Sem direito a discurso, ou voz. Subiu ao cadafalso e foi preso à armação de madeira, A lâmina caiu junto com sua cabeça. Quando o carrasco ergue a cabeça do rei para todos verem, isso é algo que os filmes não mostram, terminando normalmente com a rápida descida da lâmina, porém aqui vamos além. Temos a alegria popular, os tiros em comemoração e o sangue real espalhado nas mãos de crianças e adultos que consideram aquilo uma vitória.

Françoise e Basile tem uma filha juntos, sendo uma criança que nasce em uma nova França, filha da revolução.

O filme é maravilhoso, tanto em fotografia quanto em atuação, e nos simbolismos presentes no filme, em pequenos detalhes que fazem toda a diferença no contexto. É a mesma história da França, mas atualizada de forma belíssima para o cinema. Traz de volta, direto de berço, o que foi feito naquele período, só que pelos olhos do povo, que de fato fez a revolução acontecer.

Não choramos ao final do filme, mas quem já viu esse período histórico além dos livros da escola, se emociona, e se pega com um sorriso de alívio ao final do filme. De satisfação por ver essa história ser mais uma vez recontada, para não ser esquecida. Pois o povo ainda deve aprender a ser livre.


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