FICHA TÉCNICA:
VERSAILLES
Nacionalidade: EUA, França, Canadá, Reino Unido
Direção: Jalil Lespert, Christoph Schrewe, Thomas Vincent, Daniel Roby
Gênero: Drama Histórico
Lançamento: 2015
Elenco: George Blagden, Alexander Vlahos, Tygh Runyan, Stuart Bowman, Amira Casar, Evan Williams, Noémie Schmidt, Anna Brewster, Sarah Winter
( Jamais se aproxime demais do Sol)
A série demorou cerca de 2 anos para sair dos roteiros e começar a ser gravada de fato, por conta do alto custo que iria ter. Afinal, representar a corte de Luís XIV em seu auge não poderia ser menos que deslumbrante, assim como Versalhes. Temos rumores que no decorrer das temporadas, não será explorado apenas o governo de Luís XIV, mas seus sucessores, até mesmo a revolução, porém, por hora, temos apenas a 1a temporada finalizada e a 2a temporada confirmada.
A produção se tornou acessível aos brasileiros apenas em 2017, mesmo que desde sua estreia já fosse conhecida no exterior, e, recentemente com o fim da 1a temporada, já podemos encontrar o box do DVDs, inclusive na loja do palácio de Versalhes, na França, ou em grandes lojas de lá, como a FNAC. Felizmente, podemos desfrutar dos episódios com legendas em português pela Netflix.
Um jovem rei que sempre se sentiu refém de sua corte e por isso decide construir uma gaiola de ouro onde ele teria controle total. Esse é um pequeno resumo do que foi o começo de Luís XIV como rei da França. Porém, isso colocado na série, é outra história...
Uma tarde chuvosa, onde se ouve ameaças de uma invasão a Versalhes, uma rainha grávida, e todos implorando para Luís deixar aquele lugar terrível, que ainda não era um palácio, e retornar Paris, e tudo o que ele diz é que não irá abandonar Versalhes, nem ele e nem a família real. Esses são os primeiros minutos do primeiro episódio.
Versalhes apresenta bem a face de Luís como rei, como homem, como falho, como problemático, controlador e obsessivo. Ele não liga para o peso de sua coroa, mas faz questão que todos saibam que ela está na sua cabeça, seja em Versalhes ou nas guerras, ou na cama. Além disso, explora o relacionamento familiar extremamente difícil e vulgar entre o rei e seu irmão, Philippe, homossexual, e que com suas atitudes expõe a coroa a situações delicadas.
Versalhes é um exagero em vários sentidos. Pela humanização de um rei conhecido como "Luís, o Grande" que tem seu busto em mármore e ouro exposto pelas paredes do palácio. Sua parte boa em querer dar algo ao povo francês que o tornasse grandioso, tanto quanto quem o governava, quanto o lado podre de suas amantes excessivas, seus relacionamentos descarados.
É um espetáculo visual, pela fotografia, pelo cenário, pelo vestuário, que justificaria cada euro gasto para realizar essa produção, as cenas e seus contrastes entre cenários deslumbrantes, que demonstra um palácio exteriormente grandioso, mas guarda hipocrisia, mediocridade e perversão, o nos leva a justificar as revoltas do povo posteriormente.
Versalhes traz a realidade daquela época. Ao assistirmos, os mais sensíveis dirão que são exageros em cenas de sexo e luxúria, talvez, em parte, seja mesmo. Entretanto, temos uma tentativa de demonstrar a realidade do que ocorria naquela palácio, e não podemos jamais pensar que Versalhes era um lugar puritano, muito pelo contrário. É conhecido historicamente que, é possível, a retratação do série possa ser próxima da verdade em alguns momentos.
Versalhes não é leve, a história também não é. É justo que se saiba disso ao começar a assistir essa série. Por outro lado, para quem só conhece a grandeza do palácio nos dias de hoje, poderá tirar essa impressão e se impressionar.