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Os verdadeiros 3 mosqueteiros

Atualizado: 1 de out. de 2021


Que nossa autora ama o autor Alexandre Dumas e suas obras, não é novidade para ninguém, mas essa paixão pelos livros do autor francês começou com um título bem conhecido, "Os 3 mosqueteiros". Entretanto, foi com os anos, de leitura e busca, que ela descobriu que a história dos quatro espadachins mais famosos da literatura ia além de um título e poderia sair das páginas.

OS 4 HOMENS VERDADEIROS

Os 4 amigos, Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan, são os soldados do rei mais habilidosos, e também mais amados e conhecidos da literatura francesa. O sucesso da obra de Alexandre Dumas perdura até os dias de hoje, e mesmo quem nunca leu, já ouviu falar da história deles.

Porém, sabiam que eles não foram apenas fruto da imaginação de Dumas? Eles realmente existiram, assim como outros personagens históricos da trama: Richelieu, Luís XIII e Rainha Anne da Áustria.

Armand de Sillègue d'Athos d'Autevielle (ATHOS) - Ao contrário do que Dumas retrata, Athos não foi o mosqueteiro mais velho dos quatro, e sim o mais novo do grupo (até mais novo que D'Artagnan). Morreu jovem, aos seus 28 anos, sem muitas conquistas ou grande destaque no regimento da guarda real dos mosqueteiros, tendo falecido durante um duelo, resolvendo alguma desavença, porém, por não ser um bom espadachim como diz o romance, pelo jeito, acabou perdendo.

Na literatura, Athos ganhou destaque, como o líder dos demais, guiando-os de forma estratégica em suas missões e combates, de forma centrada e inteligente, além de ser um esgrimista exímio. Recebe o título de Conde La Fére, e morre já idoso, aos 60 anos.

Isaac de Portau (PORTHOS) - O durão e cômico mosqueteiro foi verdadeiramente inspirado em um soldado, prestando seu serviço na guarda junto do verdadeiro D'Artagnan (que já já falaremos), porém, Athos já havia morrido nessa época. Sua figura foi relevante por conta do nome que sua família já carregava, sendo de origem nobre. Se Porthos era bom na arte da esgrima, não se tem informações.

Já nos livros, Porthos é aquele cara que sabe se divertir, mas sem perder sua capacidade de derrubar o inimigo por sua força e praticidade em combate, e que não necessariamente precise de sua espada para isso, as vezes, os punhos bastam.

Henri d'Aramitz (ARAMIS) - De santo o verdadeiro Aramis não tem nada. Ele foi um famoso mosqueteiro do rei, além de abade laico de origem protestante, nascido na Gasconha, e como se não bastasse, era como um afilhado do Monsieur de Tréville (comandante dos mosqueteiros na época), e sendo assim foi fácil adquirir seu posto como soldado. Lutou junto com Porthos, mas não com D'Artagnan (que era recém chegado em Paris). Se casou e teve dois filhos e duas filhas.

Dumas colocou Aramis em seu livro como um padre, extremamente eclesiástico apesar da função de soldado, e um bom esgrimista, tanto quanto Athos, e com um ar intelectual, elegante e cavalheiresco.

Charles de Batz-Castelmore (D'ARTAGNAN) - O cara mais importante do quarteto, teve seu inicio de história muito semelhante com aquela contada por Dumas. Decidido a se tornar um mosqueteiro aos 19 anos de idade, sai de sua cidade natal Castelmore (na Gasconha) rumo a Paris, largando o nome de seu pai, emprestando o nome de sua mãe, Montesquiou d'Artagnan, para ser melhor reconhecido na corte. Ao tomar tal decisão ousada, largou tudo para trás e foi perseguir seu sonho.

A troca de nomes deu certo e logo ele entrou para os mosqueteiros, e de fato foi reconhecido como um excelente esgrimista e por realizar grandes proezas, chegando até mesmo a conhecer Luís XIV e ser um homem de sua confiança para missões importantes. Se casou e teve duas filhas, depois se divorciou após 6 anos do matrimônio. Acabou morrendo em batalha em um conflito entre a França e Holanda, em 1673.

Em 1700, o escritor Gatien de Courtilz de Sandras escrevera um livro relatando as conquistas e feitos de D'Artagnan.

Igualmente, o D'Artagnan dos livros começa como um jovem decidido a vestir o uniforme dos mosqueteiros, e se torna muito conhecido por sua habilidade e proezas, acabando por ser o personagem principal da obra, se sobressaindo aos outros três, que são de fato os 3 mosqueteiros.

MOSQUETEIROS E MONSIEUR DE TRÉVILLE - Os mosqueteiros foram a guarda de elite do rei, altamente treinados, responsáveis pela segurança dos membros da família real e cumprir missões que assegurassem que o trono continuasse ocupado pelo rei. Posteriormente, no ano de 1646, a tropa foi dissolvida, sendo substituída por uma guarda real, que, na prática, possuía as mesmas funções que a anterior, porém, com menos prestigio.

Monsieur de Tréville realmente foi comandante da guarda dos mosqueteiros por um certo período, durante o reinado do rei Luís XIII.

Representação de D'Artagnan no monumento de Alexandre Dumas, Paris.

DEPOIS DOS TRÊS MOSQUETEIROS - A SAGA DE DUMAS

O enredo do livro "Os três Mosqueteiros", de Alexandre Dumas, já é bem conhecido, manjado se podemos dizer, mas, por via das dúvidas, vamos recordá-lo.

A obra que, inicialmente deveria se chamar "Os inseparáveis", foi escrita em 1844, e conta a história de D'Artagnan, o jovem que busca se tornar mosqueteiro, e logo em sua chegada a Paris, conhece Athos, Porthos e Aramis de forma bem desagradável, porém, após combaterem os soldados do cardeal Richelieu, se tornam bons amigos, e o jovem D'Artagnan logo descobre que recebeu a consideração do 3 homens mais importantes do rei.

Logo ele descobre que a grande desavença é com o próprio cardeal Richelieu, um homem manipulador que se aproveita da incapacidade do rei para controlar o trono, e seu desejo é de prejudicar a rainha Anne da Áustria. E o faz roubando seus ferretes (uma espécie de joia) para acusa-la de traição com o Duque de Buckingham. Para salvar sua imagem, a jovem rainha envia os 4 mosqueteiros para recuperar seus ferretes a tempo, antes que seu marido acredite na trama do cardeal. Para impedi-los, Richelieu envia Milady, uma sedutora, porém perigosa mulher, que já era uma antiga conhecida de Athos.

Enfim, o final, deixamos para os leitores. Mas o básico, é conhecido por todos!

Só que muitos acreditam que a história acaba ai, só que não!

A obra se fez tão marcante, que precisou de continuação! E que resultou em uma trilogia de 12 volumes!!!

Alexandre Dumas continuou sua trama, com as obras "Vinte anos depois" (1845) e "O Visconde de Bragelonne" (1847), explorando o futuro dos 4 heróis e o que se deu depois com cada um. O caráter dos mosqueteiros e mais aprofundado, deixando mais evidente a liderança de Athos, a incapacidade de Porthos, a ambição de Aramis e a fidelidade de D'Artagnan. Porém aqui, começa alguns problemas na amizade deles, por motivos políticos.

E esses problemas só se estendem, e continuam a se complicar no "Visconde de Bragelonne", onde D'Artagnan defende o rei, apesar de que o monarca não é digno de respeito com ações nada louváveis. OS amigos acabam por se separar definidamente.

CONTEXTO HISTÓRICO

"Os três mosqueteiros" se trata de um romance histórico, que pega personagens e passagens reais da época de Luís XIII e Luís XIV, tais como:

Os próprios reis Luís XIII e Luís XIV

Rainha Anne da Áustria

Cardeal de Richelieu

Duque de Buckingham, George Villiers

Conde de Tréville

John Felton, assassino de Buckingham

E para exemplificar, os 4 amigos batalham no cerco de La Rochelle, uma importante batalha comandada por Richelieu, nos anos de 1627 e 1628. É uma passagem marcante, porém não é a única inspirada em fatos reais.

UM POR TODOS, TODOS POR UM - O LEGADO CONTINUA

As aventuras dos 4 inseparáveis amigos e mosqueteiros já foi adaptada em diversos formatos, como para teatro, cinema, séries televisivas, animações, além de produções inspiradas nas vidas dos personagens.

Uma das mais conhecidas (e a favorita da autora Mariana Pacheco) é a produção cinematográfica "O Homem da Máscara de Ferro", produzida em 1998. A história do filme se inspirou na obra "O Visconde de Bragelonne", onde se fala de tal possibilidade de um homem com uma mascara de ferro na Bastilha (que aliás, de fato existiu, descoberto seus vestígios posteriormente a tomada da prisão durante a revolução Francesa).

Após essas explicações, vemos o quão minucioso foi o trabalho de Alexandre Dumas na escrita dessa obra, que ainda hoje fascina muitos leitores. Mas que agora, ao lerem "Os três mosqueteiros", que seja visto como esse autor francês, que merece seu reconhecimento na literatura, foi além na pesquisa histórica e na fusão perfeita com a ficção em seu romance.

Monumento de Alexandre Dumas, em Paris


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