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Diário da Autora #2

Atualizado: 15 de mar. de 2022


Então eu decidi não continuar, tinha sido bom enquanto durou...

Mas pera, se você parou, como o livro terminou?

Porque no mesmo dia, quando eu voltei para casa, quando ia jogar fora o arquivo, eu continuei, ao invés disso. Escrever havia se tornado um delicioso passatempo (que fique claro que nunca parei de me dedicar aos meus estudos por isso, ainda me dedicava ao colégio).

Porém eu tinha que entender que se eu iria continuar, tinha que ir até o fim agora! Não era mais uma brincadeira, a coisa havia ficado realmente séria, e minha experiência de leitora tinha que equilibrar meu amadorismo como escritora, isso quer dizer que se eu comecei um livro, tinha que ver o final dele. E foi o que eu fiz!



Gastei tardes para escrever, e quando fui para a faculdade, também eram as madrugadas depois da aula (obs: no colégio estudava de manhã e na faculdade estudo a noite). Sempre naquela história "Só mais um capítulo." Me dediquei também nas pesquisas, pois se era um romance histórico, o material real tinha que ser verídico, portanto foram livros de filósofos (Rousseau, Voltaire), de historiadores, além de sites franceses (e foi nesse momento que senti a necessidade de aprender francês). Anotava tudo, em folhas de papel, organizava as ideias e ia me norteando por elas (até hoje tenho essas folhas aleatórias).

Eu me dediquei de verdade, mas não era só racional, eu estava realmente apegada a história que criava, coloquei um pouco de mim em Guilhermina, coisas que sentia falta nas personagens que li no decorrer dos anos. Também me apaixonei pelo mocinho, coloquei nele o que gostaria de encontrar no homem que conquistaria meu coração. E claro, aprendi a arrancar lágrimas dos leitores, porque também chorei quando escrevi. Eu não perdi minha essência inicial de escrever o que gostava, sem padronizar para o mercado, porém amadureci, e precisava, pois a vida de Guilhermina era relatada em diversas idades dela, não dava para ser sempre juvenil, eu precisava colocar maturidade.

Então me assumi como uma autora, claro, iniciante, porém sim, autora.

Mas foi difícil dizer isso para as pessoas. Eu tinha receio de me auto divulgar (publicitária, aham, sei).

Porém saiu naturalmente em uma aula de uma professora que eu acho incrível até hoje da faculdade. Ela disse em uma das suas aulas que queria saber os nossos talentos, o que fazíamos de melhor, e contei do meu livro. A sala não levou a sério, mas ela sim, e levou tão a sério, que me incentivou a fazer um trabalho sobre, um mapa conceitual. Admito, eu nunca havia feito aquilo, e ainda com um material que nem finalizado estava (na época o livro estava na metade)! Tentei convencê-la de fazer outra coisa, mas ela queria sobre meu livro, queria saber mais, conhecer mais!

No final eu fiz, tirei 10! E ainda fui elogiada pelo trabalho e pela história do livro!

Essa professora fez parte da história por trás da história, e me fez ter coragem de seguir em frente, e não encarar esse dom como um peso, mas como algo bom e completamente novo!

Foi para ela que disse primeiro que era escritora, e pelo seu incentivo, quis continuar a ser!

Dedico esse post para a professora Rita Demarchi.


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